terça-feira, 18 de setembro de 2012

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração que quer apenas um grande amor, que saiba como amenizar e compreender as cicatrizes deixadas pelo tempo...
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade
está um pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
Um pouco inconsequente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leiano e precipitado,
coração que acha que Tim Maia estava certo
quando escreveu... "não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca
aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive
procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmo erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado
emocional que,
abre sorrisos tão largos que
quase dá pra engolir orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um orgão abestado indicado apenas para quem quer
viver intensamente e, contra indicado para os que
apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente que se msotra sem armaduras e
deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para
São pedro na hora da prestação
de contas:
" O senhor pode conferir", eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa envelhecer."
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um orgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não
maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconsequente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mais que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado,
provavelmente,
por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento até meio
ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário
a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se
aventurar como poeta.
 

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